Quem é: Khomeini (Ruhollah Khomeini)
Ruhollah Khomeini, conhecido como o líder da Revolução Islâmica no Irã, nasceu em 24 de setembro de 1902, em Khomein, uma cidade no centro do Irã. Ele se destacou como um clérigo xiita e se tornou uma figura central na oposição ao regime do xá Mohammad Reza Pahlavi, que era apoiado pelos Estados Unidos. Khomeini se tornou um símbolo de resistência e mobilização popular, utilizando sua influência religiosa para galvanizar a população contra a monarquia.
Formação e Carreira Inicial
Khomeini estudou em seminários religiosos em Qom, onde se aprofundou em teologia islâmica e filosofia. Sua formação acadêmica o levou a se tornar um respeitado líder religioso, e ele começou a publicar obras que criticavam o ocidente e defendiam a aplicação da lei islâmica. Sua oposição ao regime do xá começou a ganhar notoriedade na década de 1960, quando ele se manifestou contra a modernização e ocidentalização do Irã.
Exílio e Ativismo Político
Em 1964, Khomeini foi exilado para o Iraque, onde continuou a desenvolver suas ideias políticas e religiosas. Durante seu exílio, ele se tornou uma voz proeminente contra a opressão e a corrupção do governo do xá. Khomeini utilizou gravações de suas palestras e cartas para mobilizar o povo iraniano, promovendo uma revolução que uniria diversas classes sociais em torno de um ideal comum: a criação de uma república islâmica.
A Revolução Islâmica de 1979
A Revolução Islâmica, que culminou em 1979, foi um movimento popular que resultou na derrubada do xá e na ascensão de Khomeini como líder supremo do Irã. A revolução foi marcada por protestos em massa, greves e uma forte mobilização popular que desafiou o regime autoritário. Khomeini retornou ao Irã em fevereiro de 1979, onde foi recebido como um herói e rapidamente assumiu o controle do governo.
Estabelecimento da República Islâmica
Após a revolução, Khomeini estabeleceu a República Islâmica do Irã, implementando uma nova constituição que incorporava princípios islâmicos. Ele introduziu a lei da sharia como base do sistema jurídico e político do país, promovendo uma visão de governo que unia religião e política. Khomeini se tornou o líder supremo, detendo autoridade sobre todas as instituições do Estado e influenciando a vida cotidiana dos iranianos.
Política Externa e Conflitos Regionais
Durante seu governo, Khomeini adotou uma postura antiocidental, especialmente em relação aos Estados Unidos, que ele considerava o “Grande Satã”. A crise dos reféns em 1979, quando diplomatas americanos foram sequestrados na embaixada dos EUA em Teerã, exemplificou essa hostilidade. Khomeini também apoiou movimentos islâmicos em outros países, buscando expandir a influência do Irã na região e promovendo uma revolução islâmica global.
Legado e Impacto
Khomeini faleceu em 3 de junho de 1989, mas seu legado continua a influenciar a política iraniana e a dinâmica do Oriente Médio. Ele é lembrado tanto como um líder carismático que desafiou o imperialismo ocidental quanto como um governante que impôs restrições severas às liberdades individuais. O impacto de suas políticas ainda é sentido no Irã contemporâneo, onde a luta entre conservadores e reformistas continua a moldar o futuro do país.
Obras e Escritos
Khomeini foi um prolífico escritor e suas obras abordam temas como política, religião e ética islâmica. Seu livro mais famoso, “Islamic Government: Governance of the Jurist”, delineia sua visão de um governo islâmico e a importância da liderança religiosa na política. Esses escritos são estudados e reverenciados por muitos dentro do Irã e em comunidades xiitas ao redor do mundo.
Influência na Teologia Islâmica
A figura de Khomeini também teve um impacto significativo na teologia islâmica, especialmente no que diz respeito à interpretação do papel do clérigo na sociedade. Ele promoveu a ideia de que os líderes religiosos deveriam ter um papel ativo na política, desafiando a visão tradicional que separava religião e governo. Essa perspectiva continua a ser debatida entre estudiosos e líderes religiosos em várias partes do mundo islâmico.