Quem é: Maria, a Sangrenta (Bloody Mary)

Quem foi Maria, a Sangrenta?

Maria I da Inglaterra, conhecida como Maria, a Sangrenta (Bloody Mary), foi a primeira mulher a ocupar o trono inglês em 1553. Nascida em 18 de fevereiro de 1516, ela era filha do rei Henrique VIII e de sua primeira esposa, Catarina de Aragão. Maria é frequentemente lembrada por seu reinado marcado por perseguições religiosas e pela tentativa de restaurar o catolicismo na Inglaterra, o que resultou em um período de intensa violência e repressão contra os protestantes.

O contexto histórico de seu reinado

O reinado de Maria, a Sangrenta, ocorreu em um período de grandes tensões religiosas na Europa. Após a ruptura da Igreja Católica promovida por seu pai, Henrique VIII, e a ascensão do protestantismo, Maria buscou reverter essas mudanças. Em um contexto onde a religião era um fator central na política, suas ações foram vistas como uma tentativa de restaurar a ordem católica, o que gerou conflitos e divisões profundas na sociedade inglesa.

A ascensão ao trono

Após a morte de seu meio-irmão, Eduardo VI, em 1553, Maria reivindicou o trono, desafiando a sucessão protestante estabelecida por Eduardo. Sua ascensão foi apoiada por muitos católicos que viam nela a esperança de um retorno ao catolicismo. Maria foi coroada rainha em 1º de outubro de 1553, e sua primeira ação foi a revogação das leis protestantes, iniciando um período de perseguição aos não católicos.

As perseguições religiosas

Uma das características mais notórias do reinado de Maria foi a perseguição aos protestantes, que culminou em execuções em massa. Estima-se que cerca de 300 pessoas foram queimadas na fogueira por heresia durante seu governo, o que lhe rendeu o apelido de “Maria, a Sangrenta”. Esses eventos não apenas marcaram a história da Inglaterra, mas também tiveram repercussões em toda a Europa, intensificando as divisões religiosas.

A política matrimonial de Maria

Maria casou-se com Filipe II da Espanha em 1554, uma aliança que visava fortalecer a posição católica na Europa. No entanto, esse casamento foi impopular entre os ingleses, que temiam a influência espanhola e a perda de soberania. A união gerou descontentamento e revoltas, como a Rebelião de Wyatt, que buscou depor Maria e impedir o casamento, refletindo a resistência popular contra suas políticas.

O legado de Maria, a Sangrenta

Apesar de seu reinado ter sido breve, de 1553 a 1558, o legado de Maria, a Sangrenta, é complexo. Ela é frequentemente lembrada por suas políticas severas e pela brutalidade das perseguições religiosas. No entanto, também é importante considerar o contexto em que governou, onde a luta entre católicos e protestantes moldou a política e a sociedade. Seu reinado foi um precursor das mudanças que viriam com a ascensão de sua meia-irmã, Elizabeth I.

A morte de Maria e suas consequências

Maria morreu em 17 de novembro de 1558, sem deixar herdeiros. Sua morte marcou o fim de um período conturbado e a ascensão de Elizabeth I, que reverteria muitas das políticas de Maria e estabeleceria um estado protestante na Inglaterra. A mudança de governo trouxe um novo capítulo na história inglesa, mas o impacto do reinado de Maria ainda é sentido nas narrativas sobre a luta religiosa e política da época.

Representações culturais e históricas

Maria, a Sangrenta, tem sido retratada em diversas obras de arte, literatura e cinema, frequentemente como uma figura trágica e complexa. Sua história é utilizada como um exemplo das consequências da intolerância religiosa e das lutas pelo poder. A imagem de Maria continua a fascinar historiadores e o público, refletindo as tensões que ainda existem em questões de fé e política.

Maria e a história da Inglaterra

A figura de Maria I da Inglaterra é fundamental para entender a história religiosa e política do país. Seu reinado, embora marcado por conflitos e controvérsias, é um testemunho das lutas que moldaram a identidade inglesa. A análise de sua vida e governo oferece insights sobre a natureza do poder, a religião e a sociedade na Inglaterra do século XVI.